Nelson Moreno não esperava ser homenageado na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). Servidor concursado da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) há 33 anos, 20 destes na Subdiretoria-geral de Segurança, o agente acreditava estar indo para uma reunião comum da União Nacional dos Policiais Legislativos (Unipol), organização em que atua como vice-presidente, já no seu segundo mandato. “Foi uma surpresa, eu não sabia que ia acontecer, só desconfiei quando o cerimonial (da Alego) me ligou para confirmar minha presença. Aí, eu raciocinei: poxa, o cerimonial está me ligando? Não tenho nada a ver com o cerimonial”, conta que pensou na época. A desconfiança, que aumentou mais ainda quando pediram que fosse de terno, visto que não era um pedido comum para essas reuniões, se confirmou com a homenagem. Além da cerimônia, Nelson ganhou uma placa com o seu nome, em reconhecimento ao trabalho de duas décadas.

A Unipol nasceu, em 2009, do desejo de reunir as polícias legislativas e os Departamentos de Segurança do Brasil em uma entidade. Junto com Nelson, estava a atual subdiretora-geral de Segurança da Alerj, Cristina Vilhena. Eles viajaram por todo o país, ouvindo diversos servidores da área, com o intuito de criar uma entidade que lutasse pelas suas causas. Entre as principais pautas, estão a inclusão dos agentes na previdência, a realização de novos concursos e a discussão sobre o porte de arma. “Nacionalmente a gente busca o reconhecimento da polícia legislativa em si”, reforçou o agente.

Apesar da premiação, a função não é reconhecida oficialmente no Estado do Rio de Janeiro. No entanto, há o projeto de resolução 1.168/14, de autoria da Mesa Diretora da Alerj. Segundo a proposta, a polícia legislativa poderá fazer o policiamento nos prédios da Casa, atuar em apoio à Corregedoria, revistar visitantes e realizar busca e apreensão, além de conduzir investigações. Ainda que de maneira vagarosa, apenas em alguns estados, como Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Bahia, Acre e o Distrito Federal, além de Brasília, o cargo oficial de policial legislativo é efetivo. No terceiro parágrafo do artigo 27, a Constituição determina que as assembleias legislativas disponham, em seu regimento interno, de cargos de polícia e serviços administrativos.

Nelson também é responsável pelo esquema de segurança da posse do novo governador, no dia 1º de janeiro de 2019. Esta já não é a primeira cerimônia do gênero que ele gerencia na Alerj, sendo sua “terceira ou quarta” posse. Segundo ele, o resultado do que se tem no dia é fruto de um trabalho em conjunto, que enfatiza o bom relacionamento que a equipe da Alerj tem com outras instâncias. “A gente se dá muito bem com a guarda municipal, a polícia militar e todo esse pessoal”, declara. “É um trabalho de formiguinha que no final dá certo. As dificuldades vão aparecendo e você vai arrumando uma solução.”

O segurança sempre lembra do trabalho em equipe e o apoio da família. Ressalta que a placa que recebeu não diz respeito apenas a trajetória dele, mas a todos que o acompanharam nessa caminhada. “É uma homenagem a mim, mas que eu dedico a minha família e aos meus amigos da segurança, que executam o trabalho comigo durante anos. Eu não estou representando o Nelson, mas todos os seguranças do Poder Legislativo”, afirmou.