O ano começou com luto para os gabinetes e departamentos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Somente nos primeiros doze dias de 2021, três funcionários administrativos do Parlamento fluminense faleceram devido à pandemia de coronavírus: Fernando Salgado, Luiz Fernando Alvarenga e Neuza de Souza Santos. Muito mais que nomes e números nas estatísticas, esses servidores deixam histórias e legados na política e no funcionalismo público, e os corredores do Palácio Tiradentes muito mais silenciosos.
Conhecido na Casa como Salgadinho, Fernando Salgado tem uma longa história na Alerj. Ingressou na Assembleia por meio de concurso público em 1985 e atuou em diversos departamentos e subdiretorias. Foi subdiretor de Taquigrafia, assessor parlamentar e secretário de comissão. Também fundou o Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo (SindAlerj) e foi diretor da Associação dos Servidores da Alerj (Asalerj). O presidente da Casa, deputado André Ceciliano (PT), lamentou a morte do funcionário, que atuou no Parlamento Fluminense por mais de 35 anos. "Com muito pesar recebi a notícia da partida do nosso querido Salgadinho. Meus sinceros sentimentos à família e aos amigos que ele fez ao longo de todo este tempo que trabalhou conosco. Podem ter certeza de que daqui seguiremos lutando contra essa doença perversa que já fez mais de 200 mil vítimas em nosso país", declarou o parlamentar.
Outro funcionário que faleceu em janeiro por conta da covid-19 foi Luiz Fernando Alvarenga. Natural de Campos dos Goytacazes, atualmente trabalhava na Subdiretoria de Expediente e Comunicação, especificamente na Divisão de Protocolo. Já Neuza de Souza Santos era assessora parlamentar do gabinete do deputado Waldeck Carneiro (PT). Neuzinha, como era carinhosamente chamada pelos seus amigos, era militante do movimento de mulheres negras do Rio. "Baiana arretada, cozinheira talentosa, militante petista, mãe zelosa, companheira leal, combatente da luta antirracista, guerreira da vida. Neuzinha se foi, porém a memória da nossa convivência com ela nunca se apagará. Agora, ela será uma estrela negra no firmamento a inspirar mulheres que lutam por igualdade racial, de gênero, cidadania e direitos. Neuza, presente!", foram as palavras de Waldeck, sobre o falecimento de Neuza.
Os três funcionários se juntam a uma triste estatística. De acordo com o último balanço do consórcio de veículos de imprensa, o Brasil tinha 203.735 óbitos devido ao coronavírus. Somente no Estado do Rio, 26.771 pessoas morreram em decorrência da doença.
Deputados
Em 2020, a Alerj já havia perdido dois deputados para o coronavírus. Gil Vianna, que era líder do PSL na Casa, faleceu em maio. Ele foi eleito deputado estadual em 2018, com 28.636 votos, e já havia assumido mandato em 2017 como suplente na Legislatura passada. Policial militar, iniciou a carreira política em 2008, como vereador em Campos dos Goytacazes, Norte Fluminense. O parlamentar foi autor de 13 leis, além de ocupar o cargo de presidente da Comissão em Defesa da Pessoa com Deficiência da Alerj.
Já João Peixoto, que faleceu em setembro, exercia o sexto mandato na Alerj, era líder do partido Democracia Cristã e presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Políticas Rural, Agrária e Pesqueira do Parlamento Fluminense Peixoto também foi vereador de Campos na década de 1990 e ficou conhecido por ser autor da lei que levou o abastecimento por GNV para o Norte Fluminense.