Cercada por cristais, madeiras nobres e 41 mil obras raras, Patrícia Tavares de Almeida chama atenção pela simplicidade: diretora da biblioteca há oito anos, ela divide uma mesa de fórmica com outros dois funcionários na recepção. É possível encontrá-la rotineiramente consultando as fichas catalográficas, ou atendendo o público ombro a ombro com os funcionários que comanda. "Eu trabalho junto com os outros funcionários. Existe uma sala da diretoria, que não é utilizada atualmente para esse fim. Prefiro ficar por perto, ouvir o que está acontecendo", destacou.

A vocação ao serviço público que pavimentou o caminho de Patrícia Tavares à direção do departamento manifestou-se precocemente: ainda aos 19 anos, ela se tornou atendente do judiciário ao gabaritar a prova ministrada para ingresso no antigo Tribunal de Alçada Cível, parcialmente equivalente ao atual Tribunal de Justiça. "Desde aquele tempo a Patrícia já mostrava grande determinação, empenho e inteligência. Era uma jovem que trabalhava muito. Eu sabia que ela venceria ", contou Maria Celina Lavander, 76 anos, ex-diretora da biblioteca do tribunal.

Patrícia desempenha a função com a naturalidade de quem conhece o ofício desde que foi aprovada em concurso público do Legislativo para graduados em Biblioteconomia e tomou posse, em 1992. Ao refletir sobre os funcionários de carreira que passaram a integrar o quadro de pessoal após a convocação dos concursados em janeiro, ela aconselha com a sabedoria de alguém cuja autoridade repousa mais na dedicação ao trabalho que no status funcional. "Para ser um funcionário de sucesso é preciso ter paciência com as pessoas e ter a humildade necessária para não esquecer que somos servidores públicos", recomenda.