Há um lugar no Palácio Tiradentes que através da arte conta um pouco da história e dos valores do país no início do século XX.
É só olhar para a parte de cima da atual sala da Secretaria da Mesa Diretora, no segundo andar do Palácio, para visualizar as cores quentes e vibrantes que preenchem dezesseis painéis e narram a valorização do povo brasileiro. A Secretaria ficava no quinto andar, onde hoje é a sala do Cerimonial. A mudança para o segundo andar ocorreu no início dos anos 90 e foi necessária para agilizar o trabalho dos funcionários, que precisam estar perto do Plenário.
Na época em que o Palácio Tiradentes foi inaugurado (1926), este espaço era ocupado pela Sala do Café, um ambiente frequentado pelos deputados nos intervalos das sessões plenárias. O salão tem 94,7 metros quadrados e pé-direito de três metros revestido de lambris de imbuia - uma madeira resistente - no estilo renascentista italiano. O ambiente tem ainda um acesso - atualmente desativado - para a sala de leitura, que fica dentro da biblioteca.
A autoria dos painéis pintados em 1925 é do italiano Carlos Oswald (1882-1972). Filho do compositor brasileiro Henrique Oswald, iniciou seu aprendizado na Europa com o gravador Carls Strauss. Lecionou gravura e desenho no Liceu de Artes de Ofícios, onde se tornou um dos pioneiros na técnica da água-forte e da gravura em metal.
Os painéis
O primeiro painel mostra as forças do elemento humano superando as forças naturais, necessário para fazer nascer uma nação. Acompanhando a sequência das telas, tem-se o elogio à miscigenação étnica, o êxito do trabalho e da nação - mostrando a consequência das lutas vencidas durante a colonização. Em algumas telas, também há frases como “Trabalho, sementeira do Futuro”, “A fé nos destinos da pátria” e “O despertar da raça”.
A última obra, chamada de “Brasil Novo”, é iluminada por um sol de cores quentes e os homens convivem em paz com as riquezas da terra.