No último dia 5 de novembro, o “Cultne na TV” completou três anos. Exibido semanalmente pela TV Alerj, o programa é uma produção feita em parceira com o Acervo Digital de Cultura Negra (Cultne), site que reúne conteúdo audiovisual de valorização da cultura, da história e da memória afro-brasileiras.

Um dos idealizadores do “Cultne na TV”, o produtor Filó Filho conta que já foram 120 programas veiculados. “É uma importante contribuição para a diversidade da imagem veiculada na mídia brasileira. O programa dá aos telespectadores da TV Alerj a oportunidade de se informar, se emocionar e desconstruir preconceitos a partir de fatos da história contemporânea do negro no Brasil”, afirmou.

Cada episódio do “Cultne na TV” tem duração de 28 minutos. O formato do programa é de entrevista com convidados - entrevistados e apresentadores ficam cara a cara, num bate-papo. O fio condutor para o assunto é a exibição de imagens e vídeos da pessoa entrevistada, em geral, de atuações, no caso de artistas, ou de fatos que tenham relevância com a história de vida da pessoa.

“A ideia é contextualizar a trajetória do personagem e aprender com ela”, explicou Filó. Já passaram pelo programa personalidades como Serjão Loroza, Zezé Motta, a jornalista Luciana Barreto e personagens como Dona Maria, uma senhora com mais de 90 anos conhecida por integrantes de diversos movimentos sociais por sempre participar de atos e passeatas de cunho social.

De 2015 até hoje, foram oito temporadas, com 137 programas. O jornalista Ricardo Brasil foi o primeiro apresentador e ficou à frente do programa por dois anos. Ele conta que o que mais chamou a sua atenção, ao longo do tempo, foi o quanto as pessoas entrevistadas ficavam gratas e emocionadas por participar do “Cultne na TV”. “Esse trabalho é importante porque essas pessoas são extremamente capacitadas, mas pouquíssimas vezes em suas vidas deram entrevistas em televisão. Algumas nunca deram”, lembrou Brasil.

Em junho deste ano, assumiu a bancada do programa o jornalista Carlos Alberto Medeiros, que ficou até esse mês. Ele contou sobre o prazer de ter entrevistado jovens que demonstraram bastante conhecimento sobre a questão racial. “Isso é extremamente gratificante, porque eu sinto que o que a militância negra tem feito tem frutificado. Quando eu cheguei à universidade, eu era o único aluno negro homem. Agora, quando eu chego às salas de aula, tem um monte de estudante negro”, disse.

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Filó explicou que a cada temporada o “Cultne na TV” terá um novo apresentador e acredita que essa dinâmica enriquecerá o programa, pois cada profissional tem suas particularidades na frente da câmera. O jornalista e youtuber AD Junior já gravou alguns pilotos e, para 2019, será a vez da jornalista Neide Diniz. “Ainda não tivemos uma apresentadora. Esse é um dos pontos que nós queremos destacar. Já o AD Júnior não mora no Brasil e deve fazer alguns episódios especiais. Será a mesma estrutura, mas cada apresentador traz o seu mote, o seu diferencial”, comentou o produtor.

O programa “Cultne na TV” é exibido pela TV Alerj (Canal 12 da NET) todos os sábados, às 21h30, domingos, às 18h e quartas, às 21h. Também é possível assistir aos episódios já exibidos em http://www.cultne.com.br/cultne-na-tv/