A cada 36 minutos, morre um homem com câncer de próstata no Brasil, de acordo com levantamento realizado pelo Ministério da Saúde com base em dados de 2015.  Para alertar sobre os números do câncer de próstata e sobre a relevância dos exames regulares e do diagnóstico precoce da doença, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aderiu à campanha Novembro Azul.

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não melanoma). De acordo com estimativa feita pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), serão 68.220 novos casos de câncer de próstata no país em 2018. Mais de 6.950 apenas no Estado do Rio.

Este tipo de câncer acomete, na maior parte dos casos, homens com mais de 55 anos. A doença pode não apresentar sintomas em seu estágio inicial. Quando aparecem, os sinais costumam ser relacionados à dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante à noite e à detecção de sangue na urina.

De acordo com o cardiologista do Departamento Médico da Alerj, Ricardo Chalreo, o preconceito e o desconhecimento aumentam as chances de morte em casos de câncer de próstata. "As campanhas preventivas estimulam as pessoas a pensar e a falar mais sobre a doença. Incentivam ainda os homens a buscar os serviços médicos. Por isso, é fundamental que elas aconteçam", defendeu.

Segundo o médico, o câncer de próstata tem boas possibilidades de cura se detectado na fase inicial. "É um câncer que, se tratado na fase inicial, tem cura quase certa. Mas, muitas vezes, os homens não procuram ajuda médica por preconceito e aí, quando vão ver, já estão com metástase. É uma pena pegar um paciente com um tratamento curável e que deixou passar o tempo", lamentou o médico.

Cuidados

Ao adotar práticas saudáveis o homem diminui o risco de várias doenças, inclusive o do câncer. Ter uma alimentação balanceada, manter o peso corporal adequado, praticar atividade física regularmente, não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas são algumas das dicas para se prevenir o aparecimento da doença.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, a hereditariedade é um dos principais fatores de risco para o câncer de próstata. Importante mencionar ainda que 20% dos pacientes são diagnosticados em estágios avançados, o que faz com que a taxa de mortalidade chegue a 25%. Estudos apontam também que os afrodescendentes têm risco 60% maior de desenvolver a doença e a taxa de mortalidade é três vezes mais alta.

Origem

A campanha Novembro Azul teve início em 1999, na Austrália. Aproveitando a proximidade do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, 17 de novembro, um grupo de amigos teve a ideia de deixar o bigode crescer durante todo o mês para chamar atenção para a saúde masculina e para a arrecadação de fundos destinados às instituições de caridade. É por causa disso, aliás, que além do laço azul (semelhante ao laço cor de rosa do Outubro Rosa), o símbolo do Novembro Azul é um bigode. No exterior, a campanha é chamada de Movember, uma mistura das palavras “Moustache” (bigode, em inglês) + “November” (Novembro, em inglês).

>> Baixe a cartilha sobre o câncer de próstata do Inca